Paisagem e Arborização

Paisagem

A integração paisagística das infraestruturas rodoferroviárias reveste-se de extrema importância para as vias e o seu meio envolvente, sendo uma temática muito relevante na atividade da IP.

A integração paisagística tem como objetivo a valorização da via e da paisagem envolvente, a proteção das margens dos cursos de água situados nas proximidades das vias, o controlo da erosão hídrica e eólica dos taludes, promovendo a sua estabilidade estrutural, bem como a melhoria da qualidade do ar e aumento do conforto para os utentes.

Quando possível e em função do seu local de implantação, o alcance destas intervenções é alargado a outras vertentes de usufruto dos espaços, sendo construídas infraestruturas de usufruto público como parques infantis, zonas de estadia, promoção de arte urbana, entre outras. 

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Arborização

Ao longo dos cerca dos 16 mil quilómetros percorridos pelas vias sob gestão direta da IP, encontram-se milhares de árvores. Estas cumprem importantes funções, quer no meio ambiente, quer no próprio desempenho da infraestrutura. Mas a arborização representa também um desafio na manutenção das infraestruturas ferroviárias e rodoviárias, pois a sua presença, sobretudo em situações de degradação, acarreta vários riscos para as vias e para os seus utentes.

Terceiro Conteudo

Quando em equilíbrio, a arborização protege os solos da erosão, melhora a qualidade do ar, promove a regulação térmica e hidrológica e constituí uma barreira de proteção contra a ação do vento, contribuindo para a maior resiliência das estruturas face à ocorrência de fenómenos extremos.

A presença da arborização contribuí para a integração das vias no território, de forma harmoniosa, melhorando o conforto dos utentes das vias e do espaço envolvente e permite também, com frequência, a criação de corredores verdes de grande importância para a conservação da fauna.

Contudo, são frequentes e variados os problemas associados à presença de árvores junto das vias, tais como quedas de materiais sobre a via, interferência das copas na circulação, visibilidade da sinalização ou segurança da catenária, embate de veículos nas árvores ou danos nas estruturas provocados pelo crescimento de raízes.

No sentido de acautelar estas situações, a IP desenvolve várias ações de inspeção da arborização rodoviária e ferroviária, de modo a identificar anomalias que possam representar risco para a circulação ou para a manutenção das estruturas, bem como as medidas a tomar para as corrigir.

As anomalias mais frequentemente identificadas resultam de inadequação das árvores ao local onde se encontram, devido a alterações no espaço envolvente ao longo do tempo ou a opções desadequadas, e a problemas fitossanitários resultantes do envelhecimento da arborização, da degradação das condições dos locais onde estão implantadas ou da disseminação de pragas ou doenças.

Em função do problema identificado, bem como do interesse da manutenção de determinado conjunto ou exemplar em determinado local, é indicada uma ação que permita solucionar ou mitigar o problema em causa.

Frequentemente são realizadas podas para melhorar as condições de circulação e segurança das vias, mantendo a presença das árvores. Noutras situações torna-se necessário o recurso ao abate de árvores, quando estas se encontram implantadas em locais onde a sua manutenção é inviável ou quando se encontram muito debilitadas ou afetadas com pragas ou doenças que obriguem à sua eliminação.

Quando as condições do local o permitem, as árvores abatidas devem ser substituídas por outras de espécies adaptadas às condições edafoclimáticas e de dimensões compatíveis com a utilização do espaço envolvente.

No entanto, muitos dos abates que a IP tem de realizar, são em locais onde a substituição não é possível, pelo que a compensação tem de passar pela plantação em diferentes locais, associados ou não à infraestrutura. Neste contexto a IP privilegia a atuação em parceria com autarquias, outras entidades publicas ou associações, o que, muitas vezes, permite um maior sucesso nas ações de arborização e sua continuidade.

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A atuação da IP na defesa da floresta contra incêndios

Em 2004 foi aprovado o primeiro Decreto-Lei que preconizava a criação do sistema nacional de proteção e prevenção da floresta contra incêndios, e que introduziu em Portugal um quadro legislativo que passou a visar a proteção contra os fogos florestais, com enfoque no planeamento e na prevenção. Desde então, ocorreram várias alterações à legislação, tendo as ações de prevenção ao longo das infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, vindo a adquirir cada vez mais importância.

Atualmente, por imposição legal, a IP encontra-se representada em todas as Comissões Municipais de Defesa da Floresta contra Incêndios (PMDFCI), criadas para os 278 concelhos de Portugal continental, bem como nas dezoito Comissões Distritais de DFCI, dando o seu contributo na definição das Faixas de Gestão de Combustíveis afetas à sua rede e reportando a estas Comissões as ações que realiza neste âmbito.

Os trabalhos a executar nas Faixas de Gestão de Combustível estão devidamente especificados e enquadrados nos contratos de conservação/manutenção da rede, ou através de contratos específicos para gestão da vegetação.

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Utilização de herbicidas

O controlo do crescimento da vegetação ao longo das vias é fundamental para a sua manutenção em condições de segurança para a circulação rodoviária e ferroviária. Este faz-se maioritariamente com recurso ao corte mecânico, realizado periodicamente. Há, contudo, algumas situações em que esta medida não é suficiente, sendo necessário o recurso a meios químicos para a manutenção das vias em condições de segurança, nomeadamente:

  • Sobre a linha férrea, onde toda a área coberta com balastro se tem de manter sem qualquer vegetação, pois o crescimento de ervas altera as características deste material, com consequências para a segurança da circulação;

  • Em algumas áreas na zona adjacente às linhas ou às estradas, com o objetivo de conter o desenvolvimento da vegetação para melhorar as condições de segurança da circulação e/ou garantir o cumprimento dos critérios de gestão de combustível, com particular enfoque em zonas infestadas com espécies invasoras.

Em todas estas atividades a IP exige ao executante a utilização de produtos fitocidas homologados para utilização em vias de comunicação, bem como o cumprimento de todas as medidas de segurança previstas na legislação respetiva.

Ainda assim, no que respeita ao tratamento das áreas adjacentes às vias, a IP tem vindo a explorar algumas alternativas, tendo introduzido já em contratos de conservação e manutenção atividades que visam a substituição do uso de fitocidas, como a deservagem térmica e medidas específicas para controlo de espécies invasoras sem recurso a herbicida, como o arranque ou descasque, ou minimizando a sua utilização, através de injeção.