A disponibilização pública da informação sobre o estado da Infraestrutura gerida pela Infraestruturas de Portugal é suportada numa política de comunicação aberta e transparente, e destina-se às diversas partes interessadas, ao Estado como entidade Concedente, às entidades reguladoras, aos clientes e fornecedores e ao público em geral.
Trata-se de informação atualizada anualmente, que constitui uma peça fundamental na definição das necessidades, estratégia e prioridades que baseiam o plano de investimentos de curto e médio prazo da empresa, e permite uma maior otimização na gestão dos recursos disponíveis e capacidade de resposta na manutenção de um nível de serviço (disponibilidade e fiabilidade) adequado às expectativas dos utilizadores.
Esta análise agrega os indicadores recolhidos pela atividade regular de inspeção e diagnóstico à condição das infraestruturas rodoviárias sob gestão da IP, estando neste momento disponíveis os indicadores de desempenho relativos a 2021.
Segurança da Infraestrutura
A segurança da infraestrutura é salvaguardada através das práticas de inspeção e fiscalização, e acautelada sempre que necessário através de ações imediatas de manutenção, e de adequação das condições de exploração (limitação de velocidade e/ou de carga, restrições de via ou interditação da circulação).
- Âmbito e Metodologia
-
Ativos Abrangidos
A disponibilização pública da informação do estado da infraestrutura gerida pela IP abrange os seguintes tipo de ativos integrantes da infraestrutura ferroviária:
- Via-férrea (via e aparelhos de via)
- Obras de Arte (pontes e túneis) e obras geotécnicas
- Suporte à tração (catenária, subestações e postos de catenária)
- Sinalização e segurança (sistemas de sinalização e sistemas de controlo de velocidade
Metodologias de Avaliação
A avaliação do estado da infraestrutura ferroviária é suportada numa metodologia de transformação dos dados técnicos de inspeção em informação integrada de gestão.
Considerando a necessidade de harmonização da avaliação do estado de condição dos vários tipos de ativos que integram as redes, a apresentação dos resultados é feita tendo por base quatro níveis qualitativos (Bom, Razoável, Requer atenção e Insatisfatório) designados por Estados de Condição, os quais têm correspondência numa escala contínua que varia entre 0 (zero) e 8 (oito) e que configura um Indicador de Desempenho.
Estado de Condição Indicador de Desempenho (lD) Descrição Bom 6,00 a 8,00 Adequado para longo prazo Razoável 4,00 a 5,99 Adequado para médio prazo Requer Atenção 2,00 a 3,99 Adequado para curto prazo Insatisfatório 0,00 a 1,99 Necessita Investimento Fontes de Informação
Esta informação baseia-se em dados técnicos de inspeção, obtidos no seu essencial nas campanhas de inspeção principal às redes. A constante aposta da IP no desenvolvimento das tecnologias e processos utilizados ao nível da inspeção e diagnóstico, pode implicar a alteração da metodologia de cálculo de indicadores, limitando a comparabilidade com dados anteriores e a interpretação da informação, em determinados momentos temporais.
Além desta situação, as inspeções principais inserem-se num conjunto mais alargado de atividades de gestão e fiscalização das redes no qual se incluem também inspeções de rotina para os mesmos grupos de ativos, das quais resulta informação diária e que, sempre que necessário, determina atuações no sentido de garantir a segurança na utilização da infraestrutura.
- Indicadores de Desempenho
-
A apresentação de valores representativos da Rede Ferroviária Nacional corresponde à média ponderada (em função dos custos de manutenção e renovação) dos respetivos indicadores de cada grupo de ativos abrangidos, métrica esta incluída no Contrato-Programa celebrado entre a IP e o Estado Português relativo à gestão da Rede Ferroviária Nacional.
Considerando a globalidade da RFN, o ID apurado para 2021 (5,02) traduz uma variação positiva face ao valor verificado em 2020 (4,95), tratando-se da média ponderada dos respetivos indicadores de cada grupo de ativos.
A variação positiva verificada ao nível da rede é sobretudo suportada na melhoria observada nos ativos de via (e aparelhos de via) e de suporte à tração (catenária, subestações e postos de catenária), variações estas que resultam de intervenções executadas no decorrer do ano de 2021 em diversos locais da rede, assim como da entrada ao serviço de novos ativos em ambos grupos, com especial enfoque do troço Covilhã/Guarda na Linha da Beira Baixa) e, no caso da catenária, da entrada ao serviço da eletrificação do troço Viana/Valença-Fronteira na Linha do Minho.
No caso dos ativos de via, constata-se que esta recuperação incide precisamente sobre o grupo de ativos globalmente menos bem classificado face aos restantes, direcionando assim a empresa os seus investimentos para os locais tidos como prioritários ao nível da recuperação do seu desempenho.
Os dados relativos ao ano de 2021 apontam para que, no caso dos ativos de suporte à tração mais de 92% se encontram em estado Bom ou Razoável, referindo-se também que nos ativos de sinalização e segurança essa prevalência é de 79%, não se registando a presença de ativos em estado Insatisfatório. No caso das obras de arte, a variação verificada é muito ligeira face ao reportado no ano anterior, sendo ainda de assinalar a variação positiva verificada nas Estruturas Geotécnicas.
Considerando a totalidade dos ativos que integram a RFN, é de referir que em 2021 de 74% dos ativos avaliados se apresentavam nos estados Bom ou Razoável (valor igual ao obtido em 2020).