Rotas dos Azulejos - Travessia Ferroviária Norte-Sul
Sobre a Obra Azulejar da sua autoria patente na estação do Fogueteiro , escreve Graça Morais : “Associei, por proximidade, o nome da terra aos foguetes, o que, a princípio me parecia muito bem, dado que grande parte da população deslocada para espaços suburbanos, provém do interior, fazendo parte de um fenómeno, de um boom migratório que ocorreu a partir dos anos 50 e levou muita gente a procurar as grandes cidades e a zona do litoral, à procura de melhor nível de vida. Por essa razão pensei que essa população teria ainda na memória as festas e romarias dos seus locais de origem e dos foguetes que sempre acompanham essas festas. (…) Desloquei-me ao Minho por ser a zona de maior concentração de fábricas de pirotecnia. Encontrei uns foguetes muito bonitos porque o cartucho, o recipiente da pólvora, estava envolto num papel às riscas muito colorido.” Entrevista a Graça Morais por Francisco Vaz Fernandes , in “Sem Margens” Sobre a Obra Azulejar da autoria de Nadir Afonso patente na estação de Coina , escreve Laura Afonso : “Para o artista, todo o processo de criação artística obedece a um rigoroso trabalho de contemplação e meditação que culmina na procura da essência da arte, que considera ser, de origem matemática. A cidade constitui um tema constante na história da pintura do mundo ocidental e também na obra de Nadir Afonso. (…) Platão disse: «Por toda a parte existe geometria». Euler acrescentou: «Mas é preciso olhos para vê-la». Lagrange, reafirmou: «E inteligência para compreendê-la». Malba Tahan concluiu «E alma de artista para admirá-la». Nadir gosta de visitar cidades e de ver cidades pintadas. A cidade vista de determinados ângulos, pode estar na génese de composições originais e de grandes obras de arte. A paisagem urbana é o local, por excelência de expressão geométrica. O facto de esta já ter sido trabalhada pelo Homem, confere-lhe uma presença e uma dimensão mais intensa do que o campo. A vida de artista está muito dependente da cidade e de certa maneira, marca a vida do artista. Laura Afonso Sobre a Obra Azulejar da autoria de Querubim Lapa patente na estação de Penalva , escreve Eduardo Nery : “… para citarmos as duas malhas mais comuns nas quadrículas azulejares, que são a malha vertical-hori- zontal e também a diagonal, com a inclinação de 45º, ou em meia esquadria, como também se chama. Claro que se pode encarar a existência de outras malhas, como a hexagonal e a de paralelogramos, muito raras entre nós, mas muito frequentes na arte islâmica. (…) Querubim Lapa, em enxaquetados dos anos 90, explora a fundo as mudanças da malha azulejar e da dimensão das peças cerâmicas, colocando-se assim na fronteira entre o azulejo e os revestimentos cerâmicos característicos da arte islâmica, que estão na génese desta arte no nosso país.” Eduardo Nery , in “Apreciação estética do Azulejo” Obras de Arte 22
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NzgzMzI5