Rotas dos Azulejos - Travessia Ferroviária Norte-Sul
Sobre a Obra Azulejar da sua autoria patente na estação do Pragal , escreve José Manuel Santa-Bárbara : “No Pragal não houve lugar para dúvidas quanto à utilização dos painéis de azulejo de cerâmica que eu penso serem um material e uma forma de escrita muito intemporais, muito nossos, algo com que estávamos habituados a conviver. (…) São uma referência direta à Peregrinação, dado que a Peregrinação é, para mim, o livro de aventuras mais fantástico que se escreveu. Daí até chegar a esses seres fantásticos, que podem meter mais ou menos medo e serem mais semelhantes a pessoas ou mais a animais, foi fácil.” Entrevista a José Manuel Santa-Bárbara por Francisco Vaz Fernandes , in “Sem Margens” Sobre a Obra Azulejar da sua autoria patente na estação de Corroios , escreve Júlio Pomar: “Sirvo-me de uma história tirada dos contos tradicionais portugueses que me surgiu quando procurava um tema para o meu painel. O facto das primeiras letras de Corroios conterem as sílabas de “corro” e o facto de ser uma cidade-dormitório e de pensar nas pessoas que correm para apanhar o comboio, levou-me, numa primeira ideia, a fazer um trabalho com gente a correr. Foi dessa gente a correr que me veio à lembrança a história, por sinal um conto popular português, a história da velha e da cabaça. (…) É a história de uma velha que vai a um casamento e que encontra no caminho um lobo que a quer comer. São as várias figuras dessa história e a própria narração que estruturam toda a arquitetura plástica da obra.” Entrevista a Júlio Pomar por Francisco Vaz Fernandes , in “Sem Margens” Sobre a Obra Azulejar da sua autoria patente na estação de Foros de Amora , escreve Rui Mantero : “Eu gosto de cores básicas e quanto mais contrasta- das mais estas podem animar o meu trabalho. Para o projeto de Foros de Amora a intenção de usar cores mais cruas deve-se à minha impressão de que cores fortes seriam mais marcantes num espaço público, produzindo uma vibração que um local público exige, para não correr o risco de se dissipar na multidão. (…) Tentei que qualquer pessoa que passasse na estação não fosse indiferente, primeiro devido às cores e depois devido à técnica, que é pouco habitual – o embrechado. Os olhos são de fácil leitura, qualquer passante que passe de manhã e veja os olhos adormecidos pode identificar-se com eles. Os olhos no sentido inverso, para os que regressam, estão arregalados, porque as pessoas estão contentes, porque as espera o jantar.” Entrevista a Rui Mantero por Francisco Vaz Fernandes , in “Sem Margens” Obras de Arte 21
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