Rotas dos Azulejos - Travessia Ferroviária Norte-Sul

Sobre a Obra Azulejar da sua autoria patente na estação de Campolide , escreve Eduardo Nery : “Procurei fazer um trabalho divertido. Penso que os projetos de arte para espaços públicos devem ser, no mínimo, jogos lúdicos que criem uma atmosfera agradável para os utentes, que os façam sorrir. No fundo é isso que eu posso esperar dos meus trabalhos para espaços de grande circulação, prender a atenção das pessoas nem que seja por um segundo, não se trata de as fazer meditar frente a uma obra de arte como seria possível num museu. (…) Eu gosto francamente de azulejo. Não diria que ele me aparece por acaso; diria tratar-se de uma vocação ou de paixão.” Entrevista a Eduardo Nery por Francisco Vaz Fernandes , in “Sem Margens” Sobre a Obra Azulejar da sua autoria patente na estação de Campolide , escreve Andreas Stocklein : “O que eu queria era tornar esse “não-lugar” num lugar, torná-lo num espaço identificável, e penso que isso vai acontecer com o tempo. As pessoas vão-se familiarizando com os painéis mesmo que nunca os tenham olhado diretamente. Penso que nos habituamos a ver certas coisas na paisagem urbana que, se um dia faltassem, sentiríamos profundamente a sua falta – e, porém, na nossa rotina diária, nem sequer damos por elas. O meu objetivo era partir de um espaço despersonalizado e dar-lhe um pouco mais de cor, ou melhor, dar-lhe um carácter lúdico. (…) É um estar aqui e ter o anseio do longe.” Entrevista a Andreas Stocklein por Francisco Vaz Fernandes , in “Sem Margens” Sobre a Obra Azulejar da sua autoria patente na estação do Pragal , escreve Bartolomeu Cid dos Santos : “No Pragal optei por ser eu a pintar diretamente. As primeiras tentativas não saíam como eu queria, e fui insistindo em diferentes experiências até que cheguei a uma técnica, onde colocava várias camadas de azul sobre o vidro branco do azulejo e depois, com uma faquinha, raspava o azul que tinha pintado até aparecer o branco outra vez. De facto, foi como se estivesse a fazer uma gravura. A Peregrinação foi um livro que eu li há 30 anos. Fernão Mendes Pinto viveu no Pragal, lugar onde morreu e onde terá escrito a Peregrinação. Por isso se tornou óbvia a escolha do tema. Em todos os painéis é fácil reconhecer Fernão Mendes Pinto, porque aparece sempre com um “F” na manga.” Entrevista a Bartolomeu Cid dos Santos por Francisco Vaz Fernandes , in “Sem Margens” Obras de Arte 20

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