01 Sustentabilidade Ambiental

Não haverá dúvidas sobre a necessidade imperiosa de se atingir uma maior sustentabilidade ambiental, que está intrinsecamente associada à descarbonização da economia e à definição de trajetórias que reduzam drasticamente a emissão de Gases com Efeito de Estufa, designadamente no setor dos transportes, tal como previsto aliás no European Green Deal, por via da progressiva adoção de tecnologias e de combustíveis alternativos, mais limpos e renováveis.

As preocupações ambientais e económicas impõem também princípios de economia circular em todo o ciclo de vida das infraestruturas e as alterações climáticas e a ocorrência de eventos climáticos extremos com grande frequência, obrigam as infraestruturas a ser mais robustas e resilientes.

02 Inovação Tecnológica e Big Data

A automação do transporte em si, dos métodos construtivos e das operações logísticas, aliados a um aumento da conectividade, da digitalização e desmaterialização dos procedimentos, já está a implicar uma grande alteração da mobilidade e da cadeia logística. 

A sensorização dos veículos e das infraestruturas permitirá que tudo seja monitorizado em tempo real. A gestão dessa informação em larga escala, associada à adoção da inteligência artificial e a machine learning, permitirá não só uma gestão da mobilidade em tempo real, mais segura e inteligente, mas também uma monitorização e gestão mais eficiente e direcionada dos ativos das infraestruturas. 

Outro aspeto a assegurar, está associado às infraestruturas de comunicação, pois é essencial que toda a rede de transportes e de mobilidade tenha cobertura de rede e capacidade para suportar as telecomunicações e a troca de dados. No domínio das comunicações, levantam-se ciberdesafios, onde o tema da segurança é muito relevante, pelo que é fundamental que todos os sistemas de suporte às infraestruturas sejam redundantes, vigilantes e incorporem medidas de backup em caso de ataque.

03 Modelos de Gestão e Financiamento da Infraestrutura

A disponibilidade de infraestruturas e de redes de transporte tem e gera para terceiros um valor muito significativo, que pode ser captado ou partilhado com os gestores das infraestruturas. Estão em estudo e até já em aplicação nalgumas regiões do mundo os denominados "value-capture" ou "value sharing", onde os promotores e gestores destas infraestruturas captam ou partilham da valorização gerada.

A utilização das infraestruturas lineares de transportes para além da sua vocação primordial de canais de circulação de veículos, potencia também o surgimento de novos modelos de negócio e de financiamento de infraestruturas.

Por outro lado, ao dispormos de informação e da capacidade de a transmitir em tempo real, podemos dispor de mecanismos que aumentem a eficiência da oferta e otimizem o uso das infraestruturas.

04 Mudanças Sociais e Demográficas

Também as tendências sociais e demográficas terão consequências na mobilidade, uma vez que o envelhecimento da população, a concentração demográfica em zonas urbanas, a economia da partilha e a flexibilização do mercado de trabalho terão impactes na evolução dos atuais padrões de mobilidade.